sábado, 17 de março de 2007

Um menino chamado Alexandre

Está chovendo. Não uma chuva forte, mas uma chuva constante. Aliás, a chuva não é mais importante agora. Mas ela cria um clima que torna a tristeza mais forte. O céu também chora de dor.

Qual a dor?A dor de ver a vida interrompida tão cedo, de forma tão brutal.
Alexandre foi assassinado. Caiu deixando no chão da comunidade, uma mancha de sangue.
Inteligente, sensível e alegre, o menino agora estará presente somente nas lembranças. Nas alegres lembranças de sua existência e na triste lembrança de sua morte.

O menino agora vai compor o ouvir raps em outras companhias. Quem sabe com os anjos!
O menino, que com seu jeito de ser e se expressar contestava a prática de suas professoras e de sua escola, agora vai contestar, com sua morte, o nosso mundo. Esse mundo que tem visto a morte de seus meninos tão presente, tão perto.

Esta semana ele me contou que voltou a estudar. Ia concluir a Oitava série. E ele realmente fez questão que eu o visse na Escola.
Neste memento, quando sua família chegou do hospital coma noticia confirmando sua morte, seus amigos, também adolescentes me olharam profundamente e foram chorar, foram unir suas lágrimas às do céu que também chorava.
Eu também chorei!
Adeus, Alexandre... Dodô

Comunidade Chico Mendes, Florianópolis, 17 de outubro de 2007.

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